CAPÍTULO DOZE
❛ sebastião da pequena sereia ❜

Obs: Quando eles falam em itálico, estão se comunicando por meio de linguagem de sinais.

POV PERCY

ACABEI DE FALAR com o oráculo que me contou uma espécie de profecia ou não sei o quê.

Agora eu estava lá fora conversando com Dionísio e Quíron sobre como deveria encontrar o Deus Hades.

Sim, o favorito da minha irmã mais nova.

Eles me disseram que meu pai precisava de mim e não foi por acaso que ele me reivindicou agora.

Eu me sinto como um relógio velho que acabaram de comprar.

Eu estava em minha cabine, sentado no chão, esperando que Quíron me dissesse que eu deveria escolher meus companheiros para esta viagem.

Asteria entrou pela porta me cumprimentando com um sorriso que me animou.

— Olá, pequenina. — digo e ela se senta ao meu lado e dou um beijo em seu cabelo. — O que há de errado?

— Sua missão. — Asteria me conta e eu percebo que ela já sabe disso, caramba. — Eu vou com você.

— Não. — eu disse, obviamente não vou colocá-la em perigo, ela é a coisa mais importante para mim.

— Sim. — ela disse e eu neguei.

— Pequena sereia, não quero que nada aconteça com você, você é a coisa mais importante da minha vida. — digo a ela e ela franze a testa.

— Se você não me deixar ir com você... Vou pedir a outro Deus que me adote. — ela me diz, cruzando os braços e eu franzo a testa, surpreso. — Além disso, não vou falar com você de novo.

— Primeiro, não acho que a adoção será tão fácil e segundo... — eu suspiro. — Entenda que não posso te perder.

— Mas estaremos sempre juntos, o tempo todo e eu não vou sair do seu lado, eu juro. — ela me diz e eu me viro suspirando. — Percy... Você sabe que não posso te deixar em sozinho porque você acaba se envolvendo em problemas, eu seria seu Jiminy Cricket ou seu Sebastião no filme da pequena sereia.

Isso me faz rir. — Pequenina, você é muito mais fofa que aquele crustáceo. — digo a ela, dando um beijo em sua testa. — Vou pensar nisso.

No final, quando Quíron me mostrou os mais qualificados para a missão, escolhi Annabeth e depois fui até onde estavam os pégasos e Grover também.

— Olá. — eu digo.

— Olá, desculpe por não estar na sua cerimônia eleitoral. — ele me diz um pouco nervoso. — Bem, quem você escolheu?

— Eu escolhi você. — eu digo a ele e ele ri.

— Muito engraçado, sério, quem você escolheu? — ele me pergunta de novo.

— Você. — admito e ele me olha um pouco surpreso.

— Por que? — Grover me pergunta novamente.

— Eu confio em você, e não tenho muitos amigos e no momento é o que mais preciso. — digo e ele me dá um sorriso.

— Você não vai se decepcionar, eu carrego a sacola de comida. — ele responde e eu aceno com a cabeça antes de retornar para minha cabine onde me sento no chão.

Asteria, eu sei que ela quer vir, mas não quero que eles a machuquem.

Ela é minha fraqueza e eles poderiam usá-la para me machucar também e eu não me perdoaria.

Mas sei que se eu não a escolher ela nunca mais falará comigo na minha vida e ser ignorado pela pessoa que mais amo é muito pior do que ser machucado por um Deus.

Algumas batidas foram ouvidas na porta e eu vi... Ah, não.

É ele.

— Asteria não está aqui. — eu digo a ele, embora tenha soado mais abrupto do que eu pretendia e ele acena com a cabeça.

— Na verdade estou procurando por você. — Atlas me diz e eu fico confuso. — Posso sentar?

Dou-lhe um pouco de espaço e ele se senta ao meu lado.

— Papai me disse que você está indo em missão. — ele me diz e eu aceno com a cabeça. — Ei, eu sei que você ainda não gosta muito de mim e acho que sei o porquê...

Oh sim?

— Sério? — eu pergunto e ele acena com a cabeça.

— Eu sei que você e Asteria sempre cresceram sozinhos e você é muito protetor com ela. — ele me diz e depois suspira. — Eu não te culpo, se eu tivesse uma irmã eu seria assim isso também.

— Há quanto tempo você está no acampamento? — eu pergunto e ele faz uma careta e seu rosto parece triste.

— Toda a minha vida, desde que eu era bebê. — Atlas me conta. — Minha mãe, quando descobriu o que eu era, me chamou de abominação... Ela disse que eu era um monstro e ela me abandonou na floresta, ela estava tão cega pelo ódio e ressentida com meu pai por tê-la abandonado que não hesitou em me deixar.

Fiquei chocado com suas palavras, nunca poderia ter imaginado algo assim.

— Papai felizmente me encontrou e ficou comigo logo após perceber quem eu era... Pode parecer que meu pai é um pouco... — ele ia falar mas eu o impedi.

— Idiota. — eu completo e ele acena com a cabeça.

— Mas ele nunca me deixou sozinho e me ama, ele é um bom pai. — ele me diz e eu dou um leve sorriso para ele. — Eu quero muito ser seu amigo; Percy, não só com Asteria mas também com você. E para Asteria é importante que nos demos bem, estou disposto.

Olhei para ele e pensei que pensava o mesmo, o importante era minha irmã e eu precisava me dar bem com ele para que ela fosse feliz.

Eu poderia fazer esse sacrifício.

— Eu também. — eu digo e ele balança o punho para mim, eu também bati e ele se levanta com um sorriso de orelha a orelha

— Obrigado. — ele me diz e vai embora. Minha irmã imediatamente apareceu na minha frente.

— Já pensou nisso? — Asteria me pergunta e eu aceno.

— Você só pode ir se me jurar que não vai se separar de mim por um único segundo. — digo e ela balança a cabeça feliz, me abraçando com força, fazendo nós dois cairmos com o impacto e eu comecei rir.

O que eu não faço por você, minha pequena sereia?

Alguém bateu na porta e entrou Luke. — Interrompo?

— Calma não, entre. — digo quando levantamos do chão.

— Eles te deram dinheiro? — ele me pergunta.

— Sim, duzentos dólares e algumas moedas que não sei se são de ouro ou se são fichas dos carros top. — eu respondo e ele solta uma risada

— Os dólares para o mundo humano, os dracmas para o mágico, não misture. — ele me diz e eu aceno com a cabeça. — Eu queria te dar isso.

Ele olhou para a caixa que tinha nas mãos e abriu-a vendo que eram chinelos de corda vermelha. — São interessantes...

Eu não sabia mais o que dizer.

— São um presente do meu pai, Hermes, nos responde e de repente diz algo fazendo seu tênis ganhar asas.

— Que lindo. — Asteria responde. — Eu gosto de vermelho.

Você é realmente o ser mais puro do mundo, minha pequena sereia.